O que o fiasco da exoneração relâmpago do último ministro da Educação revela é bem mais profundo do que parece ser em um primeiro momento. Fica cada vez mais latente o fato de que não há convicção nem linha de trabalho. Em uma gestão de inúmeras trapalhadas, descontinuidades e polêmicas na área que deveria ser a que justamente recebe maior atenção do governo federal, a única coisa que não vemos é a indignação da sociedade. É como se tivéssemos banalizado o descaso com a Educação.
Infelizmente, o brasileiro é conformado com a qualidade de ensino no Brasil, mesmo sendo esse um dos maiores problemas nacionais, e que reflete em todos os níveis da sociedade. Como avançar assim? É impossível nos tornarmos um país com desenvolvimento sólido, com mais oportunidades e com melhor qualidade de vida se as exigências da sociedade não estão sendo acompanhadas pelas exigências educacionais. A verdade é que a educação básica está estagnada, e não dá nenhum sinal de melhora a curto prazo.
Mas calma, que piora. Quando enfim tivermos uma guinada educacional, quanto tempo ainda levaremos para sentir os efeitos? Teremos a paciência necessária ou cairemos na armadilha de pegar atalhos que apresentam resultados mais rápidos, porém frágeis? Esse erro já foi cometido em um passado recente, e a recessão econômica que vivemos hoje é fruto disso.
Apenas quando houver a consciência coletiva de que os problemas que enfrentamos (fome, desemprego, abismo social) são decorrentes de uma estrutura educacional deixada de lado, haverá indignação. E aí sim teremos caminho aberto para mudanças que levem a gestões mais técnicas e sintonizadas com a resolução dos problemas reais da sala de aula. Enquanto esse dia não chega, ficamos com os memes da queda de mais um ministro.

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