O que se poderia dizer de uma sociedade que permite, antes, que aprova e incentiva o assassinato de crianças indefesas e inocentes – mais do que qualquer outra pessoa – dentro do útero de suas mães? Ali elas foram concebidas por uma ação criadora e irrepetível de Deus, que encontrou nos pais colaboradores para tirá-las da não existência e conceder-lhes, gratuita e irrevogavelmente, o dom de viver.
O que esperar de uma sociedade que não respeita seus cidadãos, aqueles que a fizeram e fazem ser o que é e que determinam princípios e valores que se consolidam ao longo da história? E de uma sociedade que manipula conceitos, ideias, processos e pessoas, atropelando as instituições democráticas e suas respectivas funções com suas doutrinação e moedas de troca?
Tais perguntas e tantas outras possíveis nos ajudam a, ao menos, entrever a verdade acerca não apenas do aborto – mais uma vez pautado de maneira ardilosa e maliciosa – mas da real e profunda questão sobre a índole de nossa sociedade e de seu legado.
Vamos a mais algumas perguntas…
O que se tornará, muito em breve, uma sociedade que rompe a indissociável e lógica relação entre as ações e suas consequências? Ou aquela que desconsidera a existência de consequências ou arbitrariamente quer desfazer-se delas? E quando ser pessoa deixa de ser uma realidade em si, que se impõe pelos fatos (fecundação, gravidez, parto…) e passa a ser o que bem quiserem algumas mentes iluminadas – e quando essas o quiserem?
E as consequências não são apenas temporais. Como se voltará a Deus um povo que O despreza a ponto de fazer questão de esquecer o quanto Ele está implicado na vida de cada pessoa, como Seu autor, Sua fonte, Seu respiro, Seu amoroso e misericordioso Salvador e Sua alegre e perfeita plenitude?
Assim como na geração da vida, também na vida do mundo somos chamados a ser colaboradores de Deus. É Ele nossa origem e nosso fim, não nós mesmos ou qualquer coisa que se queira colocar no lugar.
Essas atitudes supramencionadas não apenas consolidam o suposto status de uma sociedade “amadurecida por dar-se conta que não precisa mais de Deus”, mas têm consequências no tempo e na eternidade.
Quanto às crianças abortadas, nutrimos a firme esperança de que serão salvas pela misericórdia de Deus, como e com os santos inocentes. Mas fica a inquietação e o questionamento: o que será daqueles que tornaram possível ou participaram ativamente nestas atrocidades? Que espaço todas essas atitudes dão para que ações realmente demoníacas se alastrem no mundo – uma vez que o demônio é homicida desde o princípio?
A força de uma nação é o seu povo, a fé do seu povo, a sua consciência, a sua conformidade com a verdade, sem a qual jamais haverá bem e justiça. Mas a resposta diante de tamanha maldade, a escolha entre a vida e a morte é e sempre será pessoal: o que você escolhe diante de tudo isso?