A recente perda de recursos extraordinários do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) em Igrejinha, em função de índices educacionais insatisfatórios, contrasta com as premiações nacionais tão alardeadas pela gestão municipal. Uma análise crítica dessa situação revela a necessidade de repensarmos com urgência a validade desses prêmios.
Enquanto a prefeitura comemora, a verdade sobre a realidade da educação de Igrejinha é evidenciada por dados recentes de órgãos do governo federal. Temos registrado queda nos indicadores do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) nos anos iniciais e finais do ensino fundamental, além de declínio no percentual de estudantes com aprendizado adequado em Matemática e Língua Portuguesa.
Nesse cenário, a recente perda de recursos é apenas um dos reflexos de um problema que tenho denunciado há anos, que é o descaso com a qualidade da Educação em nossa cidade. Após a reestruturação do Plano de Carreira da categoria, em 2018, Igrejinha tem um dos piores salários-base para professores de todo o estado. Não é à toa que docentes aprovados no último concurso público estejam migrando para outras redes, muitas vezes antes mesmo de concluírem o período probatório, gerando uma alta rotatividade nas salas de aula.
Igrejinha merece uma gestão que tenha noção clara da importância da Educação para a construção de um futuro mais digno. Temos que modernizar as escolas, firmar parcerias, implantar o ensino integral e consolidar a rede de apoio às instituições de ensino. Além disso, com diálogo, responsabilidade e transparência, é necessário revisar e reestruturar o Plano de Carreira do Magistério, voltando a incentivar a formação continuada dos professores e valorizando as boas práticas pedagógicas e a inovação em sala de aula.
Educação não é um gasto, mas sim um investimento; e é o único caminho capaz de transformar nossa cidade, garantir dignidade aos igrejinhenses e gerar desenvolvimento econômico e social.