Nesta quadra um tanto taciturna da existência, de gente mascarada, distante e isolada (ao menos é como deveríamos estar) há que se pesquisar no fundo da alma energias para podermos seguir adiante. A pandemia do Coronavírus impingiu transformações, parece-me até que definitivas, na sociedade global. Já se fala, inclusive, de tal “normal”, completamente diferente do que antes vivíamos.
Em verdade, para os empreendedores e trabalhadores brasileiros, aqueles que vivem do fruto do seu trabalho, a vida já não estava fácil. O desemprego, o custo Brasil, a carga tributária mal posta, o recurso público mal gerido, a burocracia ineficiente e os juros altos já pesavam e a tudo isso já sobrevivia o “herói brasileiro”. A pandemia vem e acelera este processo de degradação do emprego e das indústrias que, na prática, já assistíamos em câmera mais lenta aqui no país.
O fato de eu resolver abordar os aspectos econômicos da pandemia não devem ofuscar a visão. Sou absolutamente atrelado à ciência no que tange ao combate e às ações que se devem tomar para a preservação de vidas. Mas, voltando a falar de economia, os balanços recentes produzidos pela Secretaria Estadual da Fazenda demonstram recuos significativos da economia gaúcha. São tempos de anormalidade, e será necessário ação firme e rápida para atenuar a crise que se avizinha.
Nas cadeias produtivas que mais tenho intimidade - setor coureiro calçadista, e indústria do turismo, tenho estimulado e participado de diversos diálogos com os mais variados atores destes setores. Existem, é fato, mesmo na mais aguda crise, oportunidades a serem exploradas e potencializadas. Entretanto, o poder público precisa apontar de forma mais firme quais ações pretende fazer, mirando a porta de saída da crise.
São tempos de exceção e as medidas precisam ser igualmente heterodoxas. A preservação dos empregos, do parque industrial gaúcho e do número de empresas em atuação no Estado, em especial as pequenas e médias, dependerão muito de medidas de crédito (de verdade e não de faz de conta) e de garantias de renda mínima, como incentivo ao consumo. Serão tempos difíceis, mas também de oportunidade. Mais uma vez, tempo de corrigirmos o rumo do desenvolvimento do Estado.

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