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NORTEANDO O FUTURO

Dez lições que 2020 deixa para a Educação

Algumas convicções na área da Educação ficaram ainda mais acentuadas com a pandemia do novo coronavírus.

Publicado em 28/12/2020 às 21:15
Atualizado em

(Foto: Divulgação)

Após um ano letivo totalmente atípico e inesperado, ao menos podemos tirar algumas lições que devem nortear o futuro das ações para um ensino de qualidade. A grande maioria não chega a ser nenhuma novidade, mas sim convicções que ficaram ainda mais acentuadas. Vejamos as principais delas:

1) A família é essencial: Com o prolongamento da suspensão das aulas presenciais, as famílias tiveram um protagonismo ainda maior neste ano, sendo a ponte mais importante entre o conteúdo e o estudante. Fizeram a diferença aquelas que venceram o cansaço e o desgaste emocional para acompanhar de perto os estudos remotos das crianças e adolescentes.

2) Educação e tecnologia devem andar juntas: Em uma sociedade conectada e veloz, é inadmissível que a Educação disponha de tão poucos recursos tecnológicos (ou pior, que não utilize de forma adequada os existentes). Quantas vezes paramos para ensinar aos alunos dos anos finais todas as funcionalidades que um smartphone possui, por exemplo? Melhorias na qualidade da conexão, aquisição de equipamentos, contratação de profissionais da área e capacitação dos docentes são medidas urgentes para uma Educação contextualizada às demandas contemporâneas da sociedade.

3) A tecnologia precisa ser democratizada: Ao que tudo indica, o ensino híbrido veio para ficar, e atividades complementares à distância farão cada vez mais parte da rotina da Educação. Mas ainda há um universo imenso de famílias com aparelhos obsoletos e com conexão de internet precária. Resolver essas demandas significa investir no futuro.

4) Os professores merecem ser ouvidos: Medidas educacionais precisam ser tomadas sempre por meio de muito diálogo, e ouvindo os profissionais que atuam na ponta. Ações implementadas de cima para baixo costumam a ser inócuas, na medida em que tendem a estar desassociadas dos problemas e desafios que os docentes enfrentam na prática.

5) A qualidade da Educação passa pela formação continuada: Com o mundo mudando rapidamente, cresce a importância de uma formação continuada que privilegie as novas habilidades e competências. O aluno precisa aprender a aprender, o que na prática quebra um paradigma importante do nosso sistema educacional.

6) É preciso investir em parcerias público privadas: A revolução que a Educação precisa depende de parcerias do Poder Público com universidades, com o setor privado e com a comunidade em geral; nos moldes já bem sucedidos de diversas nações. Não há como promover grandes mudanças sem capacidade de investimento.

7) Setores devem agir de forma integrada: Para evitar a evasão escolar, setores e órgãos como a escola, o Conselho Tutelar, a Assistência Social e o Ministério Público devem agir de forma coesa e integrada. Cada aluno evadido representa um fracasso de toda a sociedade.

8) Uma escola convive com centenas de realidades: Esse é dos maiores desafios da Educação atual, e que ficou gritante em meio à pandemia. Em uma sala de aula convivem alunos com realidades muito distintas. É preciso garantir apoio aos professores para que as diferentes demandas de cada um possam ser atendidas de forma eficaz.

9) Educação é acolhimento: O retorno presencial exigirá a sensibilidade de que os alunos trarão consigo carências profundas, que vão além da defasagem nos conteúdos escolares. Em primeiro lugar, professores devem se sentir acolhidos nos espaços educacionais, para que possam transmitir esse sentimento também aos estudantes.

10) O professor é insubstituível: Deixei para o final a lição mais importante de todas. A tecnologia vai sim revolucionar a Educação, o ensino à distância ainda crescerá muito, o papel dos docentes mudará...mas 2020 provou que – principalmente na Educação Básica - nada pode substituir o contato entre professor e aluno.

Luís Felipe Loro | Professor de Língua Portuguesa e Literatura | Igrejinha/RS

Sobre o Autor

Professor das redes públicas de ensino de Sapiranga e Igrejinha. Mestrando em Educação pela Universidad Europea del Atlántico, formado em Letras pela Universidade Feevale, pós graduado em Formação de Leitores pela Faculdade Internacional Signorelli e especialista em Gestão Pública pela Universidade Católica do Brasil. É também diretor do Instituto Desenvolver desde 2018.

Luís Felipe Loro | Professor de Língua Portuguesa e Literatura | Igrejinha/RS

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