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EDUCAÇÃO

A lentidão da Educação pública

Foram necessários quase três meses de suspensão das aulas para as redes de ensino oferecerem formação digital aos seus professores.

Publicado em 07/06/2020 às 21:20

(Foto: Divulgação)

É a maior obviedade do mundo dizer que o ano de 2020 tem exigido reinvenção de praticamente todos os profissionais das mais diversas áreas de atuação. A necessidade de utilização de recursos digitais saltou rapidamente, criou novos ambientes de trabalho e novas formas de interação. Em muitos casos, é incrível pensar que tenha sido necessária uma pandemia global para mudar processos que já deveriam ser digitais há muito tempo. 

A Educação no Brasil sempre enfrentou dificuldades para se modernizar. As mudanças geralmente são lentas e descontinuadas. Essa barreira imposta por diversos fatores se tornou mais acentuada nas últimas duas décadas, quando o mundo mudou drasticamente, e as escolas permaneceram com suas metodologias e espaços praticamente inalterados.

Recursos obsoletos, inexistência de laboratórios de informática nas escolas, e alunos da rede pública sem acesso à internet de qualidade em suas residências não são uma novidade. O que os últimos meses evidenciaram é o quanto esses aspectos deixaram de ser complementares para se tornarem essenciais, e como a desigualdade digital é cruel no processo de formação, sendo geradora de inúmeras outras desigualdades.

Agora, quando estamos praticamente completando três meses de isolamento social e suspensão das aulas presenciais, enfim as redes de ensino começam a oferecer formação para que seus professores possam ensinar de forma remota. E soluções enfim começam a ser implantadas para que as atividades cheguem também àqueles que não possuem acesso à internet. Não é o ideal, todos sabem, mas é o possível e necessário para o momento.

As perguntas que me faço são: por que demoramos tanto? Por que tanta resistência em implementar novas formas de ensinar? A busca de soluções não deveria ter sido iniciada desde o início da pandemia? No anseio de não deixar ninguém pra trás, é melhor deixar todos estacionados na linha de partida?

Todos os erros possíveis podem ser cometidos em um processo que é novo para todos, desde que um olhar atento e a autocritica constante permitam que as correções de curso necessárias sejam realizados. O único erro imperdoável é nos mantermos paralisados pelo medo de errar.

Luís Felipe Loro | Professor de Língua Portuguesa | Igrejinha/RS

Sobre o Autor

Professor de Língua Portuguesa nas redes municipais de Igrejinha e Sapiranga, com Graduação em Letras pela Universidade Feevale e especialização em Gestão Pública pela Universidade Católica Dom Bosco. É especialista em Formação de Leitores pela Faculdade Internacional Signorelli e diretor do Instituto Desenvolver.

Luís Felipe Loro | Professor de Língua Portuguesa | Igrejinha/RS


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