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DOENÇAS CRÔNICAS

Fevereiro roxo e laranja: como lidar com Alzheimer, fibromialgia e lúpus

Mês é de conscientização sobre doenças crônicas, para ampliar conhecimento sobre sintomas, causas e tratamento.

Publicado em 21/02/2024 às 15:10
Atualizado em

(Foto: Divulgação / INSV)

Há dez anos, o mês de fevereiro foi escolhido para receber a campanha Fevereiro Roxo, simbolizando o combate e a prevenção contra o Alzheimer, a fibromialgia e o lúpus. O segundo mês do ano também ganhou a cor “laranja”, para fazer alertas contra a leucemia e estimular a doação de medula óssea.

A cidade mineira Uberlândia foi a pioneira ao dar o início ao movimento do Fevereiro Roxo, em 2014, reconhecendo a necessidade de conscientização sobre essas doenças crônicas, e hoje em dia as campanhas de visibilidade são promovidas não só por instâncias governamentais mas também por diversas ONGs ligadas ao tema.

Ao compartilhar informações sobre as condições, a iniciativa visa também inspirar mudanças nos hábitos e atitudes em relação à saúde.

Importância do estilo de vida saudável

Além de dar visibilidade a essas doenças crônicas, a campanha do Fevereiro Roxo e Laranja enfatiza a necessidade de acompanhamento com profissionais da saúde para a detecção precoce e o tratamento eficaz. Informações atualizadas sobre manejo dessas condições são divulgadas para incentivar uma abordagem proativa à saúde.

A adoção de hábitos saudáveis, incluindo uma dieta equilibrada, exercícios regulares e gestão do estresse, também é promovida como uma estratégia integral na prevenção de doenças crônicas.

Atenção: para garantir um acompanhamento médico regular por parte do seu plano de saúde, é importante lembrar que todas as doenças ou lesões crônicas pré-existentes precisam constar de forma transparente da sua declaração de saúde para o plano, feita na hora da adesão do beneficiário, para não haver surpresas na hora do atendimento.

No caso de um plano empresarial de confiança, funcionários de empresas que contratam o benefício para mais de 30 vidas não precisam preencher a declaração de saúde.

Como lidar com o Alzheimer

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade avançada. Ela é progressiva, não tem cura e afeta a memória, o pensamento e o comportamento dos pacientes.

Com o envelhecimento da população, a incidência do Alzheimer tem aumentado em todo o mundo, o que torna cada vez mais importante o conhecimento sobre a doença.

Segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), no Brasil há 1,7 milhão de pessoas a partir de 60 anos vivendo com algum tipo de demência, e o número de pacientes com Alzheimer corresponde a 55% desses casos. Em todo o mundo, a doença acomete 50 milhões de indivíduos, número que pode subir para 74,7 milhões em 2030 e para 131,5 milhões em 2050, conforme estimativas da Alzheimer’s Disease International.

Quais são os sintomas?

O Alzheimer apresenta uma gama complexa de sintomas, sendo a perda da memória recente frequentemente o primeiro sinal perceptível, caracterizada muitas vezes pela repetição de perguntas ou de temas. Outros sintomas, segundo a Abraz, incluem esquecimento de compromissos e localização de objetos cotidianos; dificuldade em perceber riscos e incapacidade de cuidar do próprio dinheiro e tomar decisões complexas; desorientação temporal e espacial; incapacidade em reconhecer rostos familiares ou objetos comuns.

Além desses, são mencionados dificuldade em atividades cotidianas, como manusear utensílios ou vestir-se; problemas de compreensão e expressão, levando a erros ao falar e escrever; alterações no comportamento e personalidade, como agitação, apatia, isolamento e até mesmo agressividade; interpretações delirantes da realidade, com possíveis quadros paranoicos; alucinações visuais e auditivas com ocorrência de visões ou sons que não existem; alterações no apetite e no sono.

É importante frisar que os sintomas não são os mesmos para todos os pacientes, seja de demência ou Alzheimer, e nem todos eles vão aparecer em todos os pacientes. A doença também tende a evoluir progressivamente, o que significa que o quadro inicial tende a sofrer modificações.

Familiares e amigos desempenham um papel importante ao observar e relatar quaisquer mudanças no comportamento ou na cognição de seus entes queridos.

Quais são as causas?

A origem do Alzheimer permanece desconhecida, mas características cerebrais distintas são identificadas como marcadores dessa condição. Algumas alterações são notáveis, como a diminuição no número de neurônios e nas conexões sinápticas, levando a uma progressiva redução no volume do cérebro.

As perdas neuronais não ocorrem uniformemente, sendo as áreas responsáveis pela memória e funções executivas, como o planejamento e a execução de tarefas complexas, comumente afetadas inicialmente. Depois, mais regiões cerebrais tendem a ser impactadas.

Existe prevenção?

A idade é o principal fator de risco para o Alzheimer, com o perigo dobrando a cada cinco anos após os 65 anos. Mulheres parecem ter maior risco, mas isso pode estar relacionado à expectativa de vida mais longa. Familiares de pacientes também enfrentam risco aumentado, mas a doença não é considerada hereditária, exceto em 10% dos casos, principalmente quando se inicia antes dos 65 anos, segundo a Abraz.

A complexidade da atividade intelectual e a alta escolaridade podem atrasar os sintomas da doença, sugerindo que a estimulação cognitiva ao longo da vida pode ter papel preventivo.

Fatores de risco que podem ser manejados ao longo da vida incluem hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo, cujo controle pode retardar o aparecimento da doença, de acordo com alguns estudos.

Como é o tratamento?

Embora não haja uma cura para a doença, há opções de tratamento para gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A mais eficaz é uma abordagem multidisciplinar, incluindo medicamentos para melhorar a comunicação entre as células nervosas, além de opções não farmacológicas, como terapia ocupacional e estimulação cognitiva através de atividades intelectuais.

Adotar um estilo de vida saudável, incluindo dieta equilibrada, exercícios regulares e gestão do estresse, também é recomendado.

Como lidar com a fibromialgia?

A fibromialgia é uma condição médica crônica caracterizada por dor generalizada e sensibilidade em músculos, ligamentos e tendões. Muitas vezes subdiagnosticada, a síndrome pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes.

Segundo o Ministério da Saúde, a fibromialgia é uma forma de reumatismo associado à sensibilidade do indivíduo frente a um estímulo doloroso.

Um estudo conduzido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apontou que, no Brasil, a estimativa é de que existam quatro milhões de pessoas portadores da síndrome – destas, entre 75% e 90% são mulheres.

Quais são os sintomas?

Pessoas com fibromialgia frequentemente experimentam dor generalizada, fadiga, distúrbios do sono, rigidez matinal e dificuldades cognitivas, conhecidas como "nevoeiro cerebral".

Outros sintomas podem incluir sensibilidade ao toque; problemas gastrointestinais, como síndrome do intestino irritável, cólicas e desconforto abdominal; dor de cabeça e enxaquecas frequentes; formigamento e dormência; sensibilidade a estímulos externos, como luz, som e odores; alterações de humor, incluindo ansiedade e depressão.

É importante notar que a fibromialgia é uma condição complexa, e os sintomas podem variar entre os indivíduos, sendo necessária uma abordagem individualizada no diagnóstico e tratamento.

Quais são as causas?

A causa exata da fibromialgia ainda não é totalmente compreendida, mas fatores como predisposição genética, estresse físico ou emocional e infecções prévias podem atuar no seu desenvolvimento.

A principal teoria sugere que indivíduos com a síndrome podem ter uma modificação na percepção da sensação de dor. Esta suposição é respaldada por pesquisas que examinam a atividade cerebral durante o funcionamento desses pacientes. Além disso, há indícios de sensibilidade em outras partes do corpo, como no intestino ou na bexiga.

Algumas pessoas desenvolvem a condição após desencadeadores específicos, como dor localizada mal tratada, trauma físico ou doença grave. As alterações no padrão de sono, nos estados de humor e na concentração parecem ser consequências da dor crônica, e não o contrário.

O diagnóstico muitas vezes envolve a exclusão de outras condições médicas e a identificação de pontos doloridos específicos no corpo.

Prevenção e tratamento

Segundo o Ministério da Saúde, não existe um método de prevenção comprovado.

O tratamento é multifacetado, com ênfase em exercícios físicos regulares, mas pode incluir medicamentos para alívio da dor, terapias físicas, técnicas de gestão de estresse e terapias cognitivas.

A abordagem de tratamento é individualizada, visando melhorar a qualidade de vida do paciente e minimizar os sintomas persistentes associados a essa condição.

Como lidar com o lúpus?

Segundo informações da Sociedade Brasileira de Reumatologia, o lúpus é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, na qual o sistema imunológico ataca erroneamente tecidos saudáveis do corpo.

O desequilíbrio na produção de anticorpos, que reagem com proteínas do próprio organismo, resulta em inflamação em vários órgãos, incluindo pele, mucosas, pleura, pulmões, articulações e rins.

Os sintomas podem surgir gradualmente ao longo de meses ou mais rapidamente em semanas, variando em fases de atividade e remissão.

Existem dois tipos principais: cutâneo, que se manifesta com manchas avermelhadas na pele, especialmente em áreas expostas à luz solar (rosto, braços, colo); sistêmico, que afeta um ou mais órgãos internos.

A doença pode afetar pessoas de diversas idades, etnias e gêneros, embora seja mais prevalente em mulheres. Sua incidência é mais notável entre os 20 e 45 anos, especialmente em pretos e pardos.

Ainda que números precisos não estejam disponíveis para o Brasil, estimativas sugerem que aproximadamente 65 mil brasileiros tenham lúpus, conforme a Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Quais são os sintomas?

Dada a natureza autoimune da doença, que envolve a produção de anticorpos e mecanismos inflamatórios em todo o corpo, os sintomas podem ser diversos e afetar várias partes do organismo. No entanto, os mais recorrentes são febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo, dor nas articulações, manchas na pele, inflamação da pleura, hipertensão e problemas renais.

Quais são as causas?

Embora a causa exata do lúpus seja desconhecida, especialistas apontam para a influência de fatores genéticos, hormonais e ambientais no seu desenvolvimento.

Pessoas com predisposição genética podem, em algum momento da vida, após exposição a elementos ambientais como radiação solar, infecções virais ou outros micro-organismos, manifestar alterações no sistema imunológico.

Existe prevenção?

Atualmente, não existe prevenção específica para o lúpus. A natureza complexa e multifatorial da doença, envolvendo fatores genéticos, hormonais e ambientais, torna difícil identificar medidas preventivas diretas.

No entanto, algumas práticas gerais de promoção da saúde podem ser benéficas para o bem-estar geral e potencialmente influenciar a incidência ou a gravidade de certas doenças autoimunes, incluindo o lúpus.

Tais práticas incluem manter um estilo de vida saudável; adotar uma dieta equilibrada; realizar exercícios físicos regularmente; e evitar hábitos prejudiciais, como o tabagismo. Intensificar a proteção solar e fazer a gestão do estresse também ajudam.

Como é o tratamento?

O tratamento para o lúpus também costuma ser multidisciplinar, visando controlar os sintomas, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida do paciente. As abordagens terapêuticas podem variar de acordo com a gravidade dos sintomas e a extensão do envolvimento de órgãos.

Algumas estratégias comuns incluem medicamentos (imunossupressores, antimaláricos, analgésicos e anti-inflamatórios) e cuidados com a pele e com a fotoproteção.

Terapias complementares, como fisioterapia, terapia ocupacional e suporte psicológico, podem desempenhar um papel importante na gestão dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida.

É crucial que o tratamento seja personalizado, levando em consideração as características individuais do paciente, a extensão dos sintomas e o impacto nos órgãos.

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