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VILÃ DA SAÚDE HUMANA

Pesquisa revela níveis da poluição atmosférica acima dos padrões recomendados

Estudo da Universidade Feevale começou em agosto, com coletas das partículas em Novo Hamburgo (RS) e em Limeira (SP).

Publicado em 06/11/2020 às 08:55

(Foto: Eduardo Bettio / Universidade Feevale)

Conhecida como inimiga invisível, a poluição atmosférica tem se transformado em uma grande vilã da saúde humana. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que a contaminação do ar traz diversos prejuízos a todos os órgãos do corpo e não somente ao sistema respiratório, onde seus efeitos são mais sentidos. De acordo com dados sobre a temática, cerca de sete milhões de pessoas morrem todos os anos no mundo pela inalação de gases e partículas presentes no ambiente.

Em busca de novas descobertas sobre o tema, a Universidade Feevale investiga os efeitos da poluição atmosférica no ambiente e na saúde humana, por meio de pesquisas da qualidade do ar que são desenvolvidas pelo Programa de Pós-graduação em Qualidade Ambiental da Instituição, no Laboratório do Ar. Os estudos têm foco no material particulado atmosférico, composto por partículas, líquidas ou sólidas, que estão em suspensão no ar e que podem causar problemas, desde dificuldade de visibilidade até danos à saúde de animais, plantas e seres humanos.

A professora Daniela Montanari Migliavacca Osório lidera um estudo, com o auxílio dos bolsistas Cleisson Guimarães Bueno, do curso de Ciências Biológicas, e Filipe Brochier, de Engenharia Química, que tem como objetivo quantificar o material particulado atmosférico e monitorar a presença de metais na sua composição e avaliar solos superficiais em áreas urbanas. Desde agosto deste ano, o material particulado e o solo são monitorados em dois pontos de Novo Hamburgo, sendo um deles em um parque localizado em área urbana.

Esse material presente na atmosfera será monitorado pela Feevale, semanalmente, durante um ano, por meio do amostrador tipo gent instalado no Câmpus II da Universidade e no Parcão, e também através de amostras coletadas do solo. Nos primeiros dois meses de monitoramento de partículas inaláveis menores que 2,5 µm (micrômetros), houve uma variação de 24,12 e 32,12 µg/m3 (microgramas por metro cúbico) entre os dias 20 e 26 de agosto na Feevale, e de 67,25 µg/m3 em 23 de setembro, no Parcão.

Para efeitos de comparação com as legislações ambientais vigentes, a OMS indica como normal para padrões de qualidade do ar um resultado de 25 µg/m3, enquanto a resolução 491/2018, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), prevê 60 µg/m3. “De acordo com as coletas, podemos verificar valores superiores ao estabelecido pela OMS no Parcão e no Câmpus II”, afirma Daniela.

A professora explica que os padrões de qualidade do ar são os limites máximos da concentração de um poluente atmosférico que garanta a proteção da saúde e do bem-estar das pessoas e, para o caso das partículas inaláveis, esse valor deve ser observado com cautela, pois pode causar agravos na saúde da população. “Essas partículas podem ser inaladas e chegar até os alvéolos pulmonares, potencializando ainda mais problemas nos grupos de risco, como idosos, crianças e pessoas com problemas respiratórias, como asma e bronquite, podendo causar outros danos à saúde humana, resultando em aumento da morbidade e mortalidade por inúmeras doenças”, afirma.

Além desses dois locais, a pesquisa ocorre em Limeira (SP), por meio de uma parceria com a Faculdade de Tecnologia da Unicamp, na qual o docente Felippe Benavente Canteras é o responsável pela coleta do material na região e coordenador do projeto de pesquisa que tem apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).  

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