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Pesquisa identifica primeiro caso de coinfecção por Gripe Suína e Covid-19 no RS

Estudo da Universidade Feevale indica, no entanto, a diminuição da circulação do vírus da gripe durante a pandemia de Covid-19.

Publicado em 16/09/2020 às 23:30

Análises no Laboratório de Microbiologia Molecular da Feevale. (Foto: Eduardo Bettio / Universidade Feevale)

As medidas de proteção impostas pela pandemia de SARS-CoV-2, o vírus causador da Covid-19, estão contribuindo para a diminuição da circulação de outros vírus respiratórios. Por outro lado, pela primeira vez, um paciente foi infectado pelo novo coronavírus e pelo vírus da gripe ao mesmo tempo, no Rio Grande do Sul. É o que está sendo demonstrado pela pesquisa Detecção de Influenzavírus A e B em amostras clínicas suspeitas de Síndrome Respiratória Aguda Grave durante pandemia de SARS-CoV-2, conduzida pela acadêmica do Mestrado Acadêmico em Virologia da Universidade Feevale, Ana Karolina Antunes Eisen. Orientada pelo professor Fernando Spilki, a mestranda é voluntária no Laboratório de Microbiologia Molecular da Instituição que, desde o final de março, vem realizando análises de detecção do coronavírus nos 38 municípios da região do Vale do Rio dos Sinos e do Caí conveniados com a Feevale. O objetivo do estudo é avaliar a circulação dos vírus de gripe (Influenzavírus) e determinar se há coinfecções, ou seja, pacientes infectados com mais de um vírus.

Ana analisou, no período de 22 de abril até o momento, 239 amostras de pacientes hospitalizados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), tanto para SARS-CoV-2 quanto para os Influenzavírus. Destas, apenas duas foram positivas para Influenza A H1N1, uma das quais, de um paciente coinfectado com o novo coronavírus. “Um destes pacientes informou, inclusive, não ter tomado a vacina para a gripe”, relata a pesquisadora. “Estes resultados estão de acordo com outros estudos que relatam a baixa circulação de outros vírus respiratórios durante a pandemia do SARS-CoV-2. Tendo em vista que a pandemia de Covid-19 começou no Rio Grande do Sul ainda no outono, antes do período sazonal da gripe, as medidas preventivas tomadas para essa doença, assim como a alta cobertura vacinal deste ano, se mostraram altamente efetivas para conter a circulação dos Influenzavírus”, explica Ana.

Nesse sentido, as medidas protetivas para tentar conter a disseminação do SARS-CoV-2 e evitar a sobrecarga dos hospitais (vacinação contra a gripe, distanciamento social, uso de máscara e higienização frequente das mãos), provavelmente, acabaram contribuindo para a baixa circulação de outros vírus respiratórios. “Entender a circulação de outros vírus respiratórios durante este momento peculiar de pandemia é fundamental para demonstrar a eficácia dessas medidas, também, para a baixa circulação dos influenza”, diz Ana. “Além disso, avaliar a presença de coinfecções virais, como Influenza A H1N1 com SARS-CoV-2, é importante para contribuir com o entendimento de se esses casos representam um maior risco de desfechos clínicos mais severos”, completa.

O estudo prossegue até o final do ano. A meta é chegar em torno de mil amostras de SRAG analisadas para Influenza.

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