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FALECIMENTO

Morre o empresário e radialista Olavo Carlos Wagner, diretor da Rádio Taquara

Aos 76 anos, empresário faleceu neste sábado, dia 7 de janeiro: Olavo dirigia as rádios Taquara, FM 91 e 89.1 FM.

Publicado em 07/01/2023 às 14:40
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(Foto: Divulgação / Rádio Taquara)

Um dos mais dedicados empresários do rádio no Rio Grande do Sul, com destaque na região do Vale do Paranhana, nos deixou neste sábado, dia 7 de janeiro. Morreu Olavo Carlos Wagner, aos 76 anos, diretor-geral das emissoras Rádio Taquara FM 105.9, Rádio FM 91, com sede em Taquara, e Rádio 89.1 FM, de Parobé, além de fundador do Jornal Panorama/Taquara e Jornal Opinião/Encantado. Ele estava internado no Hospital Regina, em Novo Hamburgo. O velório ocorrerá na Casa Velatória União, em Taquara, das 19 às 22 horas deste sábado e das 8 às 11 horas deste domingo. O sepultamento será no cemitério da localidade de Rodeio Bonito – na ERS-020 – atualmente pertencente a Três Coroas.

Olavo sempre foi um apaixonado por comunicação. “Morávamos na colônia, e no portão da casa eu tinha um ‘estúdio de rádio’, improvisado com um barbante que sustentava uma latinha de extrato de tomate a título de microfone. Um dia, candidatos políticos vieram em campanha, e meu pai apresentou com orgulho a vocação do filho mais velho, que lia com firmeza e voz empostada o Correio do Povo, simulando locução de notícias”, lembrou o radialista, em entrevista à coluna Perfil do Jornal Panorama, impresso que circulou em Taquara por 42 anos e foi fundado por Olavo.

A juventude teve passagem pelo Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (IACS), onde conseguiu uma bolsa de estudos. E depois, a ida para Porto Alegre. Olavo conseguiu seu primeiro emprego na Capital como servente de cafezinho. Mas, não demorou muito para conquistar a vaga que tanto sonhava: de trabalhar em uma emissora de rádio. Mergulhou, então, na radiodifusão. Passou por algumas das principais emissoras do Rio Grande do Sul: Progresso de Novo Hamburgo, Real e Clube de Canoas, União, Pampa, Continental. Trabalhou na extinta Rádio Porto Alegre, das Emissoras Reunidas, rede de 21 rádios pelo interior do Estado. Depois, foi convidado para atuar em Encantado.

No município do Vale do Rio Pardo, Olavo deixou marcas profundas na comunicação. Trabalhou na rádio local por mais de uma década, atuando também em entidades do município. Paralelamente ao trabalho na rádio, Olavo fundou em Encantado o Jornal Opinião, impresso que circula até hoje. O empresário taquarense recebia, semanalmente, um exemplar do Opinião, motivo de orgulho e alegria.

O retorno a Taquara se deu atendendo a um pedido dos pais. E a comunicação, paixão de Olavo, deu frutos também em sua terra natal. Àquela época, não havia um jornal circulando no município, e Olavo fez nascer o Jornal Panorama. Nas suas primeiras edições, o trabalho foi de envolvimento total, pois Olavo fazia as reportagens, diagramação, venda de anúncios, distribuição e tarefas administrativas. “A marca de 42 anos de um jornal em Taquara é troféu que compensa qualquer esforço. Demos o melhor, com fé e dedicação”, contou Olavo à coluna Perfil. Do Panorama, surgiram as forças para que Olavo investisse na radiodifusão. Depois de algum tempo de circulação, conseguiu os recursos necessários e se tornou um dos sócios da Rádio Taquara. Anos depois, participou da fundação da FM91, antiga Rádio Emoção, e mais recentemente da 89.1 FM, também conhecida como Rádio Paranhana.

Nos três veículos, e ao longo da história do Panorama, imprimiu uma marca de valorização da região e sua característica de fazer jornalismo: com credibilidade e pluralidade. Olavo nunca permitiu seus veículos serem usados para outros objetivos que não o interesse da comunidade regional. Assim, esses meios de comunicação atuam há décadas, voltados à melhor prática jornalística. Atualmente, Olavo ainda dirigia todos os dias as empresas, participando das rotinas e aconselhando a equipe em todas as questões, sempre com a experiência de quem começou muito cedo na comunicação e enfrentou diversos desafios.

Ator e automobilismo

Outras paixões ainda estiveram na carreira de Olavo Carlos Wagner. “Houve época também em que pretendia ser ator, num período em que o teatro de Arena, com Jairo de Andrade, Alba Rosa e Marlise Saueressig, era reconstruído no viaduto da Borges, em Porto Alegre; ajudei a carregar tijolos. Eu decorava textos e ensaiava peças”, relembrou Olavo. “Na juventude, até piloto de corrida fui. Participei de provas em Tarumã, Guaporé e Cascavel, talvez motivado pelas carreteras que testemunhei quando criança; eram provas em estradas de chão, e reuniram grandes pilotos da época; um dos trechos acontecia entre Porto Alegre e São Francisco de Paula, era um grande acontecimento na minha juventude, e me impulsionou para o desejo de correr também. Foi um hobby durante algum período”, contou.

Olavo conta que no Panorama conheceu sua esposa, Inge Dienstmann. “Juntos, arregaçamos as mangas e mergulhamos no trabalho. O Panorama vingou, prosperou e, se hoje é sucesso, devo creditar em grande parte à persistência, talento e incentivo da Inge Dienstmann. Construímos juntos a credibilidade do jornal, conquistamos apoios e confiança vindos de todos os lados”, pontuou.

Atualmente, Olavo contava que, além do prazer do trabalho, a alegria se completava com o brilho dos netos Valentina e Henri, “seres resplandecentes que nossa filha Vanessa colocou em nosso caminho”. “Nada se compara à companhia e ao carinho dos netos, e a reunir toda a família em momentos de lazer”, disse, com alegria. E a família das rádios Taquara FM, FM 91 e 89.1 FM se sente parte desse legado, e sentirá muito a falta do convívio, dos conselhos, do cuidado e, claro, também das brincadeiras com o seu mestre, Olavo Carlos Wagner.


Olavo, com seu inseparável “radinho” onde acompanhava a programação de suas emissoras.
Fotos: Divulgação / Rádio Taquara

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