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EDUCAÇÃO

Podemos evitar novas tragédias nas nossas escolas?

Perdas irreparáveis nos levam a refletir sobre a responsabilidade que temos.

Publicado em 15/03/2019 às 04:00

(Foto: Divulgação)

O primeiro trimestre de 2019 já contabiliza mais tragédias nacionais do que poderíamos suportar incólumes. A mais recente foi o massacre ocorrido em uma escola estadual na cidade paulista de Suzano, que não apenas chocou o país, mas também inquietou pais e educadores. Estamos todos refletindo: qual é o papel da escola e da sociedade para evitar novos episódios como esse? Podemos evitá-los ou fazem parte do imponderável?

O perfil psicológico das mentes que executaram esse crime horrendo são conhecidos, e se repetem em casos semelhantes mundo afora, com leves diferenças entre uma situação e outra. Porém, não deixam nada fácil a tarefa de detectar possíveis autores de massacres futuros. Vejamos:

1) Atualmente, inúmeras pessoas são “desajustadas” para os padrões da sociedade e sofrem por causa disso.

2) Uma parte expressiva dos nossos alunos tem problemas familiares ou carrega consigo algum trauma de infância. Quem vive o dia a dia de uma escola pública sabe que isso está longe de ser exceção.

3) Mais da metade das pessoas que eu conheço sofrem (em grau maior ou menor) de algum tipo de patologia, estresse, depressão ou de algum nível de ansiedade.

4) O gosto por sangue e a propensão à violência sempre fizeram parte do DNA humano, ao longo de toda a história da humanidade. Não foram os jogos digitais que criaram isso.

Sem dúvidas, vivemos em uma sociedade propensa a casos como o de Suzano. Aliás, considerando os problemas emocionais dessa geração, é quase inacreditável que não existam situações mais frequentes de extremismo.

A escola atual tem abordado de forma intensa nos últimos anos o combate ao bullying, ao cyberbullyng e ao preconceito. Jamais teremos estatísticas ou saberemos ao certo quantos casos graves e que seriam irreversíveis temos conseguido evitar, tendo em vista que é impossível mensurar aquilo que deixa de acontecer.

Além da abordagem que já existe, precisamos urgentemente trabalhar a inteligência emocional dos nossos estudantes e filhos. O início do século XXI exige o aprimoramento permanente de técnicas comportamentais que aumentem nossa resiliência aos problemas de convivência e ao contraditório. Não consertaremos uma sociedade falida de valores com omissão, muito menos com qualquer apologia à violência. Temos poucas “armas” ao nosso dispor, mas essas são as mais eficazes: diálogo, ponderação e Educação de qualidade.

Luís Felipe Loro | Igrejinha/RS

Sobre o Autor

Professor de Língua Portuguesa, com Graduação em Letras pela Universidade Feevale, e especialização em Formação de Leitores pela Faculdade Dom Bosco.

Luís Felipe Loro | Igrejinha/RS


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