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SAÚDE

Os desafios da maternidade tardia

Ter um filho requer pais disponíveis e responsáveis. Por isso, é uma decisão que precisa ser cuidadosa e amorosamente pensada em qualquer idade.

Publicado em 10/04/2019 às 01:50
Atualizado em

Debora Farinati (Foto: Jefferson Bernardes)

O estudo, a inserção no mercado de trabalho, a carreira e a estabilidade financeira, assim como o desejo de usufruir de um tempo maior de liberdade.  Para muitas mulheres, fatores como esses passaram a ocupar o centro dos ideais femininos, trazendo como consequência a postergação da maternidade.

Ser mãe mais tarde na vida, pode ser, ao mesmo tempo, gratificante e desafiador. Nos confrontamos com essa situação diariamente nos centros de medicina reprodutiva e, não há como negar atenção ao fato de que muitas pessoas desconhecem as possíveis dificuldades para engravidar trazidas pela idade.

Muitas mulheres se surpreendem quando, perto dos 40 anos, decidem ser mães e se deparam com taxas de sucesso mais limitadas - tanto em tentativas espontâneas quanto aquelas que contam com o auxílio da medicina reprodutiva.

Grandes desafios se apresentam, não somente quando a gravidez acontece tardiamente, mas também quando ela não acontece e a mulher se encontra diante do temor de não conseguir realizar seu projeto de maternidade e de toda montanha russa emocional inerente ao processo de tentar engravidar.

Os tempos atuais, marcadamente centrados na máxima “querer é poder”, as vezes dão a ideia de que basta desejar e “batalhar” que certamente tudo será alcançado. Mas essa crença, muitas vezes coloca o sujeito num certo ciclo ilusório que faz com que as escolhas sejam feitas sem o devido reconhecimento das implicações e limites daquelas decisões.

Com isso não se está afirmando que o adiamento da maternidade é em si indesejável, mas que esta escolha deve ser feita com conhecimento e reflexão.

Sentimentos como o distanciamento geracional, o temor de não estar presente por tempo suficiente na vida do filho, o convívio com as limitações impostas pela idade e pelo envelhecimento, adoecimento e perda dos pais ao mesmo tempo em que se atende as necessidades de uma criança pequena fazem parte do contexto de ter filhos tardiamente.

Contudo, a estabilidade emocional e financeira, a disponibilidade de tempo para ficar com os filhos e a maturidade são aspectos positivos referidos por quem vive esta experiência.

Ter um filho é desafiador e requer pais disponíveis e responsáveis.  Por isso, é uma decisão que precisa ser cuidadosa e amorosamente pensada em qualquer idade da vida.

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