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ARTIGO

Correndo contra o tempo

Segundo o Ministério da Saúde, 11 mil pessoas cometem suicídio anualmente. Na última década, a taxa entre crianças de 10 a 14 anos aumentou 40%.

Publicado em 17/09/2019 às 04:30
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(Foto: Divulgação)

Marque no seu relógio: em 45 minutos, ao menos um brasileiro terá tirado a própria vida. O frio girar de ponteiros esconde uma epidemia silenciosa que aumenta ano após ano. Tabus e receios envolvidos dão certa invisibilidade ao tema, especialmente quando tratamos da morte de crianças e adolescentes. Não podemos mais deixar para lá, nem desviar o olhar.

Os dados sobre o suicídio no Brasil são impressionantes – talvez ainda mais porque sequer são discutidos abertamente. Segundo o Ministério da Saúde, 11 mil pessoas cometem este ato extremo anualmente. Na última década, a taxa entre crianças de 10 a 14 anos aumentou 40%. Já entre jovens de 15 a 19 anos, cresceu 33,5%.

Tão alarmante quanto as estatísticas é a forma displicente como boa parte das famílias, governos e instituições vem tratando do assunto. Especialistas apontam que até 90% dos casos dos suicídios poderiam ser evitados. Não é o caso de buscar culpados, muito pelo contrário. Trata-se alertar uma sociedade que precisa acordar e valorizar a vida. Ou tudo ficará como está.

Na Câmara dos Deputados, formamos a Frente Parlamentar de Combate ao Suicídio e Automutilação, da qual sou secretária-executiva. No Rio Grande do Sul, a deputada Franciane Bayer capitaneia uma iniciativa estadual semelhante. Lá e aqui, de forma articulada, buscamos mobilização e união de esforços para desenvolver políticas públicas de enfrentamento a esse grave problema.

Estamos, é claro, diante de uma situação extremamente complexa, que envolve questões médicas e sociais. Mas isso não pode servir de desculpa para a inércia ou para a leniência. A cor amarela, escolhida para simbolizar o mês de setembro, não poderia ser mais adequada: é justamente um sinal de alerta para todos nós.

Se o relógio não está a nossa favor, precisamos agir – e o quanto antes! É hora de os pais falaram com seus filhos. De as escolas debaterem com a comunidade escolar. De os amigos cuidarem dos seus. De as igrejas orientarem seus fiéis. De os governos agirem. De a sociedade se dar conta e reagir. É hora de você fazer algo. Afinal, pelos meus cálculos, só temos mais 40 minutos até outra vida ser perdida.

Liziane Bayer | Deputada Federal (PSB/RS)

Sobre a Autora

Liziane Bayer, 38 anos, natural de São Pedro do Sul, cristã, estudante de Gestão Pública. Assumiu o primeiro mandato como deputada estadual pelo Partido Socialista Brasileiro – PSB, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul em janeiro de 2015, eleita com 29.121 votos em 326 municípios. Nas eleições de 2018, Liziane foi eleita deputada federal com 54.977 votos em 412 municípios do Estado, sendo a primeira mulher do PSB a conquistar uma cadeira na Câmara dos Deputados.

Liziane Bayer | Deputada Federal (PSB/RS)

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