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ESPORTE

Futebol americano também tem sotaque Gaúcho!

Como o esporte dos EUA está se desenvolvendo aqui no Estado?

Publicado em 12/03/2018 às 02:44

(Foto: Divulgação)

O Brasil é o País do futebol, dizem. O esporte da bola no pé é disparado o mais praticado por aqui, na frente do vôlei. E se, na presença desse gigante, o brasileiro quiser o football, em inglês, parecido no nome, mas muito diferente na prática? É possível! Ainda pouco difundido no Brasil – longe do ponto em que uma cirurgia no dedinho do pé de um jogador pode parar o País! – o futebol americano está em constante evolução por aqui, com campeonatos estaduais, regionais e uma liga nacional. Hoje falaremos sobre este esporte, mais especificamente sobre como ele está se desenvolvendo aqui no Rio Grande do Sul.

“As pessoas tinham uma ideia de que o Estado era atrasado na prática do futebol americano. Há poucos anos, isso era verdade. Até 2015, por exemplo, a gente só tinha ido uma vez para o campeonato nacional. De uns anos para cá, o esporte está evoluindo. Hoje temos duas equipes na primeira divisão e quatro na segunda da Liga Nacional”, explica o presidente da Federação Gaúcha de Futebol Americano (FGFA), Ismael Ferreira. Ele ainda garante que o estado conta com um número crescente de equipes e uma boa melhora na qualidade dos jogos, atletas e estrutura.

Atualmente, existem campeonatos para manter as equipes gaúchas ativas durante todo o ano. No primeiro semestre, ocorre o Gauchão de futebol americano, o primeiro campeonato do Estado com chancela da FGFA. A primeira edição foi em 2015, com a participação de sete equipes. Hoje são 15 times lutando pelo título. O gauchão classifica quatro para a Copa Sul, no segundo semestre, que também conta com os melhores de Santa Catarina e do Paraná. O restante das equipes gaúchas joga a Copa RS na segunda metade do ano.

No que diz respeito ao campo, as partidas são disputadas meio de improviso. “Não existe, no Rio Grande do Sul, estádios dedicados ao futebol americano. No Vale do Sinos, o campo do Nacional, em São Leopoldo, costuma receber partidas”, explica Ismael. A estrutura é boa, mas as dimensões do futebol são um pouco diferentes das do football. Na modalidade americana, o gramado é mais estreito e mais longo: “Com adaptações, dá pra jogar sem problemas.”

Alimentado pela paixão dos jogadores

No RS, é a paixão dos praticantes que faz o football acontecer. “Ele está se desenvolvendo, tem uma base de fãs, mas a maior parte do investimento vem dos jogadores mesmo”, explica Ismael: “A gente trabalha para mostrar que o esporte é organizado, para fidelizar o público, para que a gente consiga atrair investimentos.”

E no País do futebol, em português, como a versão americana é vista? “Existia um preconceito pelo fato de as pessoas acharem ‘muito americanizado’”, explica Ismael: “Isso tem acontecido menos hoje em dia.”

A preocupação agora é outra. Lembra que dissemos que o esporte costuma ser praticado em campos de futebol? “O pessoal responsável pelos estádios às vezes acha que a gente estraga o gramado. Na verdade, não. O desgaste é parecido com o de uma partida de futebol normal”, garante ele.

Aprendendo o jogo

Como aprender um esporte que é praticado em outro País? “Antigamente, a maneira mais eficaz era trazer pessoas dos Estados Unidos para cá ou viajar para fora e ver isso in loco. Hoje, treinadores brasileiros têm cada vez mais acesso a materiais de auxílio”, comemora Ismael. Ele ainda destaca que cada vez mais pessoas estão envolvidas no esporte, gente de diferentes áreas: “Talvez pessoas que não tenham experiência como jogador, mas tenham outros talentos, como educação física ou marketing.”

“Não sabia absolutamente nada quando comecei”“Eu não sabia absolutamente nada do esporte quando comecei”, explica o estudante Cássio Marques, de 24 anos (na foto). Morador de São Leopoldo, ele hoje joga no Buriers, time da cidade. “Eu e uns amigos vimos que ia passar a final da liga americana na TV e eu me perguntei se havia algum time na região”, explica.

Quando começou a jogar, então no São Leopoldo Coyotes, Cássio entrou na modalidade no pads, que dispensa equipamentos de proteção. “Eu queria conhecer melhor o esporte e saber se eu ia gostar antes de comprar o material. Quando tive certeza, investi”, comenta: “De fora, a gente não imagina o quão profissional está o futebol americano por aqui”, comenta.

Cássio, no entanto, reconhece que há muito para evoluir. A presença de uma loja física de equipamentos faz falta, e hoje os jogadores precisam encomendar de fora do País ou comprar de quem importe. Um conjunto completo – contendo o equipamento obrigatório de capacete, proteção de ombros, chuteira (que pode ser de futebol) e a calça com proteção para as coxas – sai por cerca de R$ 800.

“Ninguém deixa de treinar por falta de equipamento”, garante Cássio. Ele conta que – além da modalidade no pads, também há a flag. Ideal para iniciantes, ela não usa o equipamento completo e tem muito menos contato. Ainda assim, o praticante consegue ter uma noção muito boa do esporte.

Quer jogar?

Para quem está interessado em entrar nas quatro linhas do football, o ideal é começar pela modalidade no pads ou flag, que não usam o equipamento completo. Encontre um time perto de sua cidade e entre em contato! “Tem gente que quer, mas não joga por achar que é caro”, conta Cássio: “Mas a verdade é que ninguém deve deixar de treinar e de conhecer o esporte por não ter equipamento.”

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