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INCLUSÃO EDUCACIONAL

Escola Municipal Lucas Sauer é a primeira no atendimento a PcDs em Taquara

Instituição, que atende atualmente 39 alunos, completou um ano de atividades no mês passado.

Publicado em 23/03/2023 às 09:25

Luiz Felipe e Hellen em atividades no ginásio da escola. (Foto: Magda Rabie / PMT)

Luiz Felipe, Hellen, a mãe Júnia com os filhos Antonio e Marcelo. (Foto: Magda Rabie / PMT)

Hellen com uma de suas alunas. (Foto: Magda Rabie / PMT)

Atividades em sala de aula. (Foto: Magda Rabie / PMT)

Atividades em sala de aula. (Foto: Magda Rabie / PMT)

A Escola Municipal de Educação Especial Lucas Sauer completou no mês passado um ano de atuação no Município. Inaugurada em 23 de fevereiro de 2022 e tendo na direção a professora Ísis Beatriz Fagundes da Silva, é a primeira instituição municipal de ensino para o atendimento de crianças, jovens e adultos com deficiências (PcDs) em Taquara. A instituição de ensino está localizada na Rua José Avelino Ostermann, nº 2475, no Bairro Jardim do Prado.

"Sinto-me muito feliz e realizada por ter podido na minha gestão ofertar este serviço a estes alunos e seus familiares. Ouvindo os relatos de pais, mães e professores me emociono, pois coloco-me no lugar deles e percebo o quanto se faz necessário termos empatia, olharmos para o outro e tentarmos melhorar a vida do nosso próximo", revela a prefeita Sirlei Silveira.

Atualmente 39 alunos são assistidos com enfoque na educação básica, com aulas nos turnos da tarde e acompanhamento de multiprofissionais das áreas da psicopedagogia, neuropsicopedagogia, psicologia, fisioterapia, enfermagem e serviço social que também atendem os estudantes do Centro Especializado em Aprendizagem e Pesquisa - Ceap.

Os irmãos Antônio e Marcelo estudam na Lucas Sauer

Antônio Guerini tem 38 anos e é irmão do Marcelo Guerini, de 35. Ambos estudam na Emee Lucas Sauer desde a sua abertura e já frequentavam a Helfen desde 1997. Segundo a mãe Júnia Brodbeck, a evolução na parte de socialização dos rapazes é o que mais a impressiona. "Notei uma grande diferença, acho que tem a ver com toda a equipe, são propostas diferentes se comparamos com a escola antiga, antes eles frequentavam somente no sentido de atendimento psicopedagógico, pois não têm condição de se alfabetizar, têm limitações, mas na parte de socialização, evoluíram muito. Tivemos a oportunidade de estar na Oktoberfest com eles e percebi que eu não precisava ficar segurando a mão, pois conseguiam interagir sem mim. Deixo eles aqui na escola tranquila, pois sei que vão estar bem", afirma Júnia.

A mãe conta que eles gostam da escola e muitas vezes reclamam dela vir buscá-los. "Fico muito feliz, pois percebo que eles gostam de frequentar a escola. Teve um dia que vim buscá-los pois estava na rua e eles já estavam dentro do ônibus escolar que os levaria pra casa, tiraram eles do ônibus e eles reclamaram. Estou muito satisfeita com a equipe, com a proposta, com o trabalho que é feito, vejo que gostam e vem felizes, voltam cansados, dormem bem e são atendidos cada um da sua forma, na condição individual de evolução", salienta Júnia.

Experiência dos professores

Graduada em Educação Especial, Hellen dos Reis Brazeiro trabalha na escola desde a inauguração. "A nossa visão de mundo, de vida, muda totalmente depois que entramos na escola, pois é totalmente diferente da regular. Sempre buscamos a aprendizagem em qualquer experiência, mas cada um no seu tempo, e nós, também começamos a ver a vida de outra forma com um pouco mais de paciência e de sabedoria. Aprendemos muito com eles, é inexplicável. Estou com a mesma turma desde o início, uma turma que nos assustou muito, pois não conhecíamos nenhum aluno, tínhamos medo de engasgar até no tomar uma água, era tudo muito delicado, e hoje temos um outro olhar, pois a evolução no desenvolvimento deles é nítida", revela a professora.

O professor de apoio Luiz Felipe Francisco de Oliveira, cursa matemática na FACCAT, e aceitou trabalhar na escola mesmo sem experiência na área. "Esta é a minha primeira experiência em escola e estou amando. Fico no ônibus com eles, então passo muito tempo com os alunos, me apeguei demais mesmo. É outra realidade, aprendo muito. Coisas mínimas que eles têm dificuldade em fazer e a gente reclama tanto da vida. É uma lição para todos", menciona Felipe.

Graziela Hundertmark Gonçalves também é professora de Educação Especial na Emee Lucas Sauer, ela é formada em história pela Unisinos com pós em Educação Especial Inclusiva. "Trabalhar aqui é muito bom, a equipe é parceira e é bom demais ver o afeto que todos tem com as crianças e o quanto nós aprendemos com eles no dia a dia. Eu comecei a atuar recentemente na escola, mas os professores que estão desde o início notam muito a evolução dos alunos, principalmente na parte de socialização e desenvolvimento motor", comenta Graziela.

Educação Inclusiva em Taquara

No Município de Taquara, a Educação Inclusiva vinculada à Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte (Smece), é dirigida pela psicopedagoga e neuropsicopedagoga clínica, Silvana Teresa Krupp, divide-se em três eixos: o Centro Especializado em Aprendizagem e Pesquisa - Ceap que é coordenado pela professora e psicopedagoga clínica, Ana Paula da Silva; os Atendimentos Educacionais Especializados nas Escolas - AEE, com seus respectivos espaços na rede municipal de ensino e a Escola Municipal de Educação Especial Lucas Sauer dirigida pela professora Ísis Beatriz Fagundes da Silva. Todo este trabalho também é acompanhado pelo Serviço Social desenvolvido pela assistente social, Karla Liane Gonzaga.

Segundo Silvana, no Ceap, em 2021, quando o Centro foi criado, foram 1115 atendimentos; em 2022 aproximou-se dos 3000 atendimentos e em 2023 já passa dos 200 atendimentos. "O Ceap oferece atendimentos através do conhecimento clínico e institucional a alunos, familiares, professores e equipes diretivas e pedagógicas da rede municipal de ensino. É formado por uma equipe multidisciplinar onde o foco principal é a aprendizagem, como o aluno aprende, como entende o seu processo de aprendizagem. O trabalho é desenvolvido através de escutas, de acolhimento, acompanhamentos, atendimentos individuais e coletivos estimulando o aluno, que por diversas questões cognitivas, de fala, emocionais e motoras, necessita desse acompanhamento para desenvolver a aprendizagem. Atendemos diariamente, de segunda a sexta-feira e conforme a demanda os alunos recebem transporte”, explica Silvana.

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