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Com entrada de recursos, dólar cai mais de 2%, a R$ 3,861

Expectativa de alta dos juros também contribui; Bolsa recua 0,57%.

Publicado em 29/12/2015 às 03:30

O dólar comercial fechou em queda pelo terceiro pregão consecutivo, influenciado pelo cenário externo e pela expectativa de um novo ciclo de alta dos juros. A moeda americana chegou ao final dos negócios cotada a R$ 3,859 na compra e a R$ 3,861 na venda, um recuo de 2,35% ante o real. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o índice de referência Ibovespa fechou em queda de 0,57%, aos 43.764 pontos.

Essa queda, segundo operadores, é influenciada por uma menor aversão ao risco no exterior e também por uma entrada de recursos no país proveniente, provavelmente, dos leilões de energia realizados em novembro e que tiveram forte participação de investidores estrangeiros. Como o volume de negócios está baixo, qualquer movimento de entrada ou saída de dólares do país acaba levando a variações mais expressivas.

— A liquidez está baixa, mas o dólar está acompanhando o cenário externo e tem fluxo de netrada. Essa expectativa de aumento da Selic acaba ajudando —afirmou Hideaki Iha, operadora de câmbio da Fair Corretora.

Segundo relatório Focus do Banco Central, analistas e economistas já esperam que a Selic chegue a 15,25% ao final do ano que vem. Atualmente está em 14,25% ao ano.

No exterior, a divisa ficou perto da estabilidade. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que leva em conta o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, estava com leve alta de 0,10% no momento do encerramento dos negócios no Brasil.

FISCAL NO RADAR

Os investidores também estão de olho na condução da política fiscal. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016 precisa ser sacionada até quarta-feira e nela está prevista a volta de um tributo similar à CPMF, considerado necessário para o reequilíbrio das contas.

— Ainda há um pouco de desconfiança em relação á nova equipe econômica e como vai ficar o equilíbrio das contas públicas. Vamos ter muito foco nessa questão — avaliou Luis Gustavo Pereira, analista chefe da Guide Investimentos.

Outro ponto de atenção é a solução que o governo deverá adotar para resolver as “pedaladas fiscais”, que são operações feitas com bancos públicos para reduzir o déficit fiscal. O secretário interino do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, informou que a intenção é fazer a totalidade dos pagamentos apontados pelo Tribunal de Contas da União ainda neste ano.

“A questão está em decidir se o governo irá pagar este ano ou se apresenta um cronograma de pagamento ao Tribunal de Contas da União (TCU)”, afirmou, em relatório a clientes, o analista Ricardo Gomes da Silva Filho, da Correparti Corretora de Câmbio.

BOLSA EM QUEDA

No exterior, o preço das matérias primas caíram e pressionaram as ações das empresas atreladas ao setor de commodities. No Brasil, as ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras caíram 3,31%, cotadas a R$ 6,70, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) recuaram 3,04%, a R$ 8,61. O petróleo do tipo Brent recuava 3,51% o barril, a US$ 36,56, no encerramento dos negócios no Brasil.

Já os papéis da mineradora Vale fecharam também com perdas expressivas. Os preferenciais tiveram desvalorização de 4,08% e os ordinários, de 4,38%.

O setor bancário, que tem o maior peso na composição do Ibovespa, fechou sem tendência definida. As ações preferencais do Itaú Unibanco recuaram 0,37%. As do Bradesco e do Banco do Brasil subiram, respectivamente, 0,97% e 0,87%.

Na Europa, o DAX, de Frankfurt, fechou em queda de 0,69% e o CAC 40, da Bolsa de Paris, registrou desvalorização de 0,42%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones recua 0,21% e o S&P 500 cai 0,31%.

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