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PMDB oficializa rompimento com governo de Dilma Rousseff

Reunião do Comitê durou apenas alguns minutos

Publicado em 30/03/2016 às 06:20

os gritos de "Fora PT" e "Temer presidente", o PMDB aprovou por aclamação a saída do governo federal e o fim do apoio a Dilma Rousseff, em reunião que durou menos de cinco minutos. O partido também decidiu que os seis ministros do PMDB deverão deixar o cargo até o dia 12 de abril.

A decisão foi anunciada pelo senador Romero Jucá (RR), vice-presidente da legenda, que substituiu o presidente nacional do partido, Michel Temer, vice-presidente da República. "A moção requer a imediata saída do PMDB do governo, com a entrega dos cargos e abertura de processo de ética contra os envolvidos", disse Jucá.

A medida foi aprovada por aclamação, aos gritos e aplausos dos mais de 100 membros do diretório nacional, que participaram da reunião, que ocorreu na Câmara dos Deputados, às 15 horas, desta terça-feira (29). Políticos simpatizantes do governo Dilma não compareceram.

"O PMDB se retira da base do governo da presidente Dilma e ninguém no partido está autorizado a exercer qualquer cargo no governo federal. A decisão está tomada", disse Jucá, ressaltando ser um encontro histórico.

Temer já havia anunciado na noite de ontem que não participaria do encontro do PMDB. O vice-presidente teria adiantado a Luis Inácio Lula da Silva que seu partido deveria sair do governo Dilma.

O deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) resumiu o espírito do encontro desta tarde, dizendo que há mais de 15 anos não via o partido tão unificado:

"Lula, Dilma e o PT conseguiram unificar quase que na totalidade o partido contra o governo. Na minha história, não vi nenhum ato tão próximo da unanimidade no PMDB como este".

Ministros do PMDB devem deixar cargo

Até o dia 12 de abril, os seis políticos do PMDB que ocupam cargo no Executivo do governo devem pedir exoneração: Marcelo Castro (Ministério da Saúde), Celso Pansera (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), Eduardo Braga (Ministério de Minas e Energia), Kátia Abreu (Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Helder Barbalho ( Ministro da Secretaria de Portos da Presidência da República), Mauro Lopes (Aviação Civil)

O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, foi o primeiro peemedebista a pedir demissão do governo, ainda na noite de ontem. Após reunião no Diretório Nacional do PMDB, Mauro Lopes afirmou que irá seguir a determinação do partido e entregar o cargo no governo.

Mas há ainda aqueles que resistem a abandonar o governo de Dilma. Celso Pansera adiantou, antes do encontro do PMDB, que quer permanecer à frente da pasta. Kátia Abreu pode até deixar a legenda, para permanecer no cargo de ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Impeachment

O rompimento do PMDB com o governo Dilma acirrou os debates em torno do impeachment da presidente. Para líderes da oposição, a decisão do PMDB, que encerrou uma aliança de 15 anos com o PT, aumenta a crise política, as chances de afastamento de Dilma e abre caminho para que outras legendas da base aliada abandonem o governo.

Um dos primeiros oposicionistas a comentar o fato, o presidente do PPS, Roberto Freire (SP), foi taxativo. "Esse é um sinal de que a debandada começou", afirmou. O oposicionista vê na atitude do partido uma espécie de senha para que o parlamento avance no processo de impedimento da presidenta Dilma. "A decisão do PMDB vai ajudar o país porque faz avançar o processo de impeachment e o Brasil precisa mais do que nunca resolver essa situação", disse.

Ao avaliar o desembarque do PMDB, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), que desde julho do ano passado defendia o fim da aliança com o governo, disse que o partido carregava o ônus da aliança, sem participar da formulação das políticas econômicas e de outra natureza. Cunha disse que, na sua avaliação, a saída da base aliada não tem relação com o processo de impeachment. "O PMDB tinha que sair de qualquer maneira, havendo ou não impeachment", afirmou.

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