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TAQUARA

Saúde de Taquara oferece oficinas terapêuticas a pacientes

Artesanato, música e informática são oficinas terapêuticas oferecidas pela Secretaria Municipal de Saúde

Publicado em 23/05/2018 às 07:33

(Foto: Magda Rabie )

(Foto: Magda Rabie )

(Foto: Magda Rabie )

(Foto: Magda Rabie )

Artesanato, música e informática são oficinas terapêuticas oferecidas pela Secretaria Municipal de Saúde a pacientes em tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS I), no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) e nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Embora atendendo públicos diferenciados com abordagens específicas, todos os espaços atentam a objetivos muito semelhantes: recuperar a autoestima das pessoas, ressocializá-las, proporcionar momentos de integração, amenizar os problemas e, quando possível, incentivar o paciente a ter uma renda extra, principalmente através da oficina de artesanato.


Rosana Beatriz dos Santos Maria é oficineira de artesanato no CAPS I. Ela conta que as oficinas ocorrem diariamente. “Trabalhamos com linhas, tecidos, malhas, confeccionamos tapetes, crochê, tricô, trabalhamos com EVA, com pintura de quadros, reciclagem de pets, de latas, decupagem, reciclagem de caixinhas de leite, para a confecção de cestaria de jornal, vasos, entre outros”, salienta, mencionando que o mais importante de todo trabalho é auxiliar as pessoas. “Nunca havia trabalhado em uma unidade de saúde mental e pra mim foi muito bom. Nasci querendo ajudar as pessoas e aqui posso fazer isso, amenizar um pouco o sofrimento por que passam”, afirma.


A equipe técnica avalia e sugere ao paciente como parte do tratamento a participação nas oficinas, o que, quase sempre, é bem recebido pelo paciente que acaba percebendo uma grande progressão em sua saúde. “Eu estava numa pior, não sabia o que fazer, estava bem desesperada, sozinha, sem família pra me ajudar. Então comecei a frequentar o CAPS e as oficinas, contei os meus problemas, que estava realmente na pior, e aqui me ajudaram. Eu não posso parar de vir” relata M.B., de 54 anos.


Gabriel de Souza Bernardo é formado em regência coral pela UFRGS, desenvolve oficina de música no Caps I, no Caps AD e nas UBSs. “Temos abordagens musicais diferentes em cada espaço, mas sempre ligada à musicoterapia. Percebo muito trabalhando no CAPS I a melhora da autoestima e o restabelecimento da questão psíquica. No CAPS AD a minha intenção é fazer com que o paciente esteja com a mente ativa pra não pensar em vícios e ter uma recaída”, revela. O músico trabalha com diferentes instrumentos, todos adquiridos pela Secretaria de Saúde. “O instrumento principal é o piano, mas utilizamos teclado, violão, gaita, flauta doce, cajon, bateria, pandeiro, chocalhos, bombo leguero, depende o local que estamos trabalhando”, salienta.


Atuando no CAPS AD e nas UBSs, a oficineira de artesanato, Lorena Ângela Machado Oliveira, busca e organiza as doações de materiais descartados nas empresas para reciclar eutilizar na oficina de artesanato e costura. Confeccionam jogos de banheiro, tapetes, pijamas, blusas, entre outras peças de roupas e já promoveram até um desfile. “A autoestima delas aumentou, pois confeccionaram e desfilaram o que produziram. Foi muito lindo! Já transformamos muito tecido em coisas lindas”, comenta.


“Buscar, limpar e deixar o material apto à utilização nas oficinas é trabalhoso, requer um tempo extra, mas é compensador. Todos os dias, as aulas acabam sendo uma roda de conversa interagindo com o artesanato. As pessoas participam no sentido de sentirem-se ocupadas, deixarem a ociosidade de lado, o artesanato acaba fazendo parte da vida delas. Tem pessoas que fazem seis quilômetros a pé pra irem na minha aula, me sinto muito valorizada por isso”, observa, lembrando que nas oficinas direcionadas pelas Unidades de Saúde passam, por semana, cerca de 70 pessoas, dentre crianças, homens e mulheres. “Teve uma aluna que achei que não conseguiria pela forte depressão, hoje ela ensina outras pessoas, tem uma vida, evoluiu de forma muito gratificante”, relata Lorena.


Outra oficina direcionada aos pacientes do CAPS AD é a de Informática, mas não aquela informática de sala de aula, e sim, aquela que sociabiliza como conta a oficineira Maria Elena Andrade. “Eles tem acesso ao mundo, sentem-se integrados, pois hoje a internet faz parte de nós. No CAPS AD eles tem a oportunidade de acessar a WEB, ficar por dentro das notícias, acompanhar as redes sociais, pesquisar, entrar em e-mails, baixar músicas, sempre com o monitoramento”, diz a oficineira.


“Também auxílio na confecção de currículos, na edição de textos e no manuseio de celulares. A oficina de informática não é direcionada ao curso de informática, mas é um apoio, uma ferramenta de acesso. No momento que precisam tem um computador disponível”, menciona Maria Elena. “Quando eles vão ganhar alta, não querem, pois somos uma família, damos conselhos, ouvimos os desabafos. Acabam abrindo toda a vida pra gente. É um segundo lar e ficam com receio de voltar pra rua, pra realidade”, revela.


“O CAPS me abriu as portas na oficina de música, estou aprendendo a tocar violão, gaita, artesanato, passo o meu dia aqui, faço minhas atividades em casa, durmo e venho pra cá. Eles me dão ferramentas pra eu me manter limpo, não penso em bobagem, convivo com gente boa, me passam coisas boas”, declara o paciente do CAPS AD, Denis Israel Rack, 31 anos, que frequenta o centro há quatro meses.


O CAPS I está situado na rua 1111, no bairro Santa Teresinha, e, o contato é 51 3541 1111. O CAPS AD fica na avenida Sebastião Amoretti, 1875, no bairro Morro do Leôncio, e o telefone de contato é 51 3541.3672. Ambos os centros atendem de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30min. Sobre as oficinas das Unidades Básicas de Saúde, o contato se dá nas próprias unidades das zonas urbana e rural. Informações podem ser obtidas também na Secretaria Municipal de Saúde, na rua 17 de junho, 2411, ou pelo telefone 51 3541 9300.

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